terça-feira, 4 de março de 2008

Quisiera estar lejos

Sabe aquele vizinho meio freak, algo suspeito, que você não leva a sério e depois descobre que ele era pedófilo? Pois é. Esse é Hugo Chávez, presidente da Venezuela.

Para a maioria dos brasileiros, a Venezuela sempre significou futebol inexpressivo, candidatas a miss Universo e petróleo – por “maioria”, entenda-se os brasileiros que sabem que existe uma país chamado Venezuela que fica na América do Sul. Depois, os órfãos de Guevara (aqueles que insistem em ler a Caros Amigos e que não conhecem o senhor Ernesto além da lenda básica) adotaram o cara como um anti-Bush e caíram no papo de “revolução bolivariana” perpetrada pelo camarada. Fechar TVs, achincalhar vizinhos, nada isso bastou para mudar a opinião do pessoal. Agora, louquinho para puxar briga com a Colômbia e com apoio de outro demagogo (o medíocre Rafael Correa, que vem afundando a já combalida economia equatoriana), esse cara pode acender um barril de pólvora de graça por aqui.

Acho a política – nacional e internacional – uma grande farsa, um jogo mais forjado que o Big Brother, com a fundamental diferença que nesses casos o “paredão” é mais real, sendo que os votantes é que são encaminhados para a berlinda. E nem são necessários tiros: um desvio de recursos da saúde, da educação e do saneamento básico já gasta para garantir umas mortes. Enfim, uma grande manipulação de títeres na qual o público desconhece estar vendo uma encenação e acredita demais nos bonecos, e você só descobre o legedermain quando bateram sua carteira, e depois ainda lhe enviam recibo.

Porém, dessa vez, a farsa promete explodir aqui por perto, como o vizinho que ninguém tinha certeza se era pedófilo ou não. As FARC não são causa da infecção colombiana, são apenas a ferida mais visível. E mesmo assim – com reféns, seqüestros, atentados a bomba, morte de inocentes – uma ferida que desperta admiração de uma intelligentsia meio anacrônica e fascistóide, que se parece muito aos intelectuais tchecos que defendiam a “igualdade comunista” e que depois se capitularam ao conforto capitalista para não serem exilados nem perder seus privilégios. Ideologia de cu é rola, deviam pensar eles. Isso certamente soa menos feio em tcheco.

Já se escreveu que a história só se repete como farsa, e tá aí a “lógica” dos fatos recentes para comprovar isso. O tal mito do “eterno retorno”: tudo se repete, nada tem importância, todos morrem no final. Na literatura e na filosofia, tudo muito lógico. Mas dessa vez não é tese, é fato. Sempre é fato. E tem amigos meus no meio desse fato, pessoas que eu amo e com quem me importo.

Acho que dá para entender porque eu tenho medo.

Piá orelhudo, encheram de porrada na escola... Dá nisso!

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